Desencontros

Eu vi o meu amor amando outra pessoa, e aquilo me destruiu.

Eu a vi sorrindo sem mim.

A vi vivendo de novo.

Ela estava com um sorriso lindo, do jeito que eu nunca antes havia visto. Por um instante sorri de volta quase que respondendo involuntariamente, meus pés sentiram o chão se desfazendo e vento frio tocando minha face. Eu quis correr até você e abraçá-la, mas o abraço gelado dos ventos europeus me impedirá por hora. Aqui do outro lado do oceano são quase meia noite, pra você ainda um pouco mais de sete e quarenta. Essa disparidade de horário, clima e sentimentos estão me afetando de um jeito que eu nunca seria capaz de imaginar antes de vir. Você ainda diz que me ama, que ainda espera por mim! Quando leio isso eu sempre acredito de todo meu coração, mas daí o fato de que já fazem quase dois anos e ainda não recebi uma ligação sua, conversamos por mensagens como cartas de amor do mundo moderno! Eu sou quase um senhor, você sabe! Meus hábitos, gostos e trejeitos sempre procuram acentuar isso em mim. Pela primeira vez estou conseguindo falar mais de mim, olhando pra dentro, mas agora sairemos de trás das lentes escuras do meu Ray ban e voltemos ao foco. A alguns dias Ana me disse que amar em sentido literal seria mais perfeito que em qualquer outro sentido, por que segundo ela o amor escrito e declamado como nós, eternos amantes poetas os descrevemos é perfeito, com todas as suas dores, sentimentos e desencontros. Mas acredito eu que nesse ponto sou mais conservador! O amor é para ser livre, o verdadeiro amor precisa te dar asas e lhe proporcionar um voo emocionante, tem que existir companheirismo e cumplicidade um para com o outro. Existem tantas formas de amar que seria impossível descrevê-las uma a uma. De todas as formas existentes de amor eu escolheria você por mil anos.

Sinto que os nosso encontros e desencontro são todos escritos e desenhados para que la na frente dentro de um futuro próximo possamos nos pertencer de novo. 

Mas de qualquer forma depois que você partiu eu te amo ainda mais.

 

Por: Kelviner Nunes