A minha voz

 


Eu sempre amei como se não pudesse me decepcionar. 

Meu coração já se desfez em pedaços tantas vezes que nem eu mesmo sei como o recuperei.

Hoje escrevo essas linhas pois me sinto como o orvalho frio que cai ao amanhecer, me sinto vazio por dentro, como se o que sobrastes aqui fores somente o gelo, frio, seco e ao mesmo tempo úmido de mais. 

As palavras me saltam da mente como se vida elas tivessem, como seu eu não pudesse as controlar, por tanto creio que não o posso fazer. 

Como as notas de um piano a cada toque das mãos do pianista eu sinto o toque seu, ainda me trago na memória o frescor do seu perfume, ouça mais uma vez aquela sinfonia que lhe mostrei, é linda a história vivida por trás de Comptine d'un autre été. Lhe deixei claro de mais esse meu lado melancólico, me expus como um poeta francês se expõe a tuas obras. Charles Bukowsk estava certo ao dizeres que "O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece." Assim fomos eu e você, eu te amei mesmo sem á conhecer. Você sempre soube do meu eterno amor por ti, como um poeta ama cada uma de suas poesias eu amei você, como um compositor ama cada uma de suas letras eu amei você, como a brisa ao aquecer do sol você me abandonou. Sigo fortemente fracassado após a sua partida, o meu declínio as noites nos bares ouvindo blues e bebendo vinho barato tem aumentado, ultimamente não mais lhe escrevo, na verdade eu não tenho motivos para esboçar o meu amor em palavras à pessoas que se quer me leram. Meu violão sente sua falta, assim como minhas mãos, e também como minha voz.

Por: Kelviner Nunes Basílio  

Comentários